Por trás da fachada de empresária, Núbia controla, à distância, operações ilegais que incluem lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, com base no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, onde ela e seu marido estão atualmente foragidos. As investigações indicam que sua atuação vai muito além do que a maioria imagina, refletindo um controle substancial das atividades da facção. Sua habilidade em comandar negócios ilícitos a partir de um local distante demonstra a complexidade das operações da organização.
A vida extravagante de Núbia é evidente nas evidências coletadas. Apesar de estar formalmente empregada em uma empresa fictícia, a discrepância entre seu salário de R$ 10 mil e seu estilo de vida é alarmante. Ela é frequentemente vista viajando para o exterior, hospedando-se em hotéis de luxo e investindo em cirurgias plásticas para seus filhos, além de custear suas educações superiores. Essa disparidade levanta questões sérias sobre a origem de seus recursos e a possível conexão com atividades criminosas.
A apuração da polícia também traz à tona uma crítica ao sistema que facilita esse tipo de atuação. A operação de empresas fantasmas e a lavagem de dinheiro são práticas que não apenas enfraquecem as instituições, mas também perpetuam o ciclo de violência e criminalidade nas comunidades. O caso de Núbia é um exemplo claro de como as mulheres podem ocupar papéis significativos nas estruturas do crime organizado, desafiando estereótipos e revelando a complexidade do envolvimento feminino em atividades ilícitas.
Enquanto isso, o cerco se fecha sobre a dupla foragida, com as forças de segurança intensificando as investigações para desmantelar a rede criminosa da qual Núbia faz parte. A luta contra o crime organizado se torna, assim, uma batalha não apenas contra indivíduos, mas contra um sistema enraizado que permite o florescimento da criminalidade em diversas camadas da sociedade.