A situação agravou-se quando um dos homens se dirigiu à repórter e a beijou no rosto sem qualquer consentimento, um ato imediatamente repelido por Verônica. Não obstante, um segundo homem repetiu a agressão, beijando-a também à força, sendo igualmente rechaçado pela jornalista. O episódio, registrado durante o intervalo de um jogo da Série B do Campeonato Brasileiro, expôs uma realidade lamentável enfrentada por mulheres jornalistas em pleno exercício de sua profissão.
Em uma declaração sobre o acontecimento, Verônica expressou sua indignação e tristeza. “Acho revoltante que jornalistas mulheres ainda passem por esse tipo de situação trabalhando. Pessoalmente, fico também triste porque essa cobertura vai ficar marcada também por esse episódio. Cobrir os Jogos Olímpicos em Paris é um sonho profissional que tive a felicidade de poder realizar”, desabafou a repórter. Ela destacou que a cobertura deveria ser lembrada pelas entrevistas, matérias escritas e a emoção de acompanhar os atletas, mas agora também ficará marcada pelo assédio sofrido.
A jornalista ainda ressaltou a importância da solidariedade entre os colegas, tanto em Paris quanto no Brasil, fundamental para superar a situação. Verônica relembrou que Paris foi a primeira cidade a permitir a participação de mulheres nos Jogos Olímpicos há 124 anos e, na edição de 2024, busca-se a igualdade no número de participantes homens e mulheres. Contudo, ela lamentou que a luta por respeito ainda continue.
A diretora de jornalismo da EBC, Cidinha Matos, também se manifestou, condenando veementemente o episódio. “É inaceitável o assédio à repórter da TV Brasil, Verônica Dalcanal, durante transmissão ao vivo nas Olimpíadas, em Paris. É uma agressão à jornalista, à mulher e ao espírito olímpico, especialmente nesta edição em que as mulheres, em particular as brasileiras, estão conquistando o merecido protagonismo”, declarou. Matos reiterou a solidariedade e apoio da EBC e de todos os colegas de trabalho à Verônica e destacou seu profissionalismo na cobertura dos Jogos Olímpicos de 2024.
O caso expõe não apenas a violência enfrentada por mulheres no exercício de suas funções, mas também a luta contínua por um ambiente de trabalho seguro e respeitoso.