Embora o governo tenha indicado que o problema teve origem em uma sobrecarga no Ceará, não foi essa a única causa identificada. A falha no Ceará pode ter acontecido em mais de um equipamento ao mesmo tempo. Além disso, foi identificado um segundo problema na região Norte.
Como resposta às falhas, o sistema Erac (Esquema Regional de Alívio de Carga), um software de proteção, entrou em ação e cortou o fornecimento de forma escalonada. O Erac é responsável por desligar o fornecimento de energia para evitar sobrecargas e danos mais sérios.
A incerteza reside no fato de que o Erac pode ter sido mais “cauteloso” do que o necessário, cortando energia além do que seria tecnicamente aconselhável. Esse software não é a causa do apagão, mas pode ter agravado o problema de forma preventiva.
Para garantir o bom funcionamento do sistema elétrico, é essencial que a geração de energia seja semelhante à demanda ao longo do dia, evitando tanto excesso quanto falta. Caso contrário, há o risco de colapso e dano aos equipamentos.
No momento do apagão, as regiões Norte e Nordeste estavam exportando energia para o Centro-Sul. Isso se deve à abundância de fontes renováveis, como as usinas eólicas, nessas regiões. Portanto, foi necessário cortar a energia que faltava no Centro-Sul e a que sobrava no Nordeste. Como resultado, a geração de energia eólica despencou em 80%.
O Erac, então, cortou a energia nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Como resultado, o país foi dividido em duas partes, separando Nordeste/Norte de Sudeste/Centro-Oeste/Sul.
Apesar dos esforços dos técnicos do MME e ONS para identificar as causas do apagão e garantir que medidas adequadas sejam tomadas para evitar que situações semelhantes ocorram no futuro, ainda não há uma conclusão definitiva sobre o ocorrido. Os especialistas continuam trabalhando para resolver essa questão complexa e assegurar a estabilidade do sistema elétrico do país.