Conforme analisa Jeremy Kuzmarov, editor-chefe da revista Covert Action, a incapacidade do Partido Democrata de resolver problemas econômicos tangíveis causou um desgaste na confiança dos eleitores. Ele aponta que, em meio a uma economia incerta e a inflação crescente, muitos cidadãos se deparam com dificuldades financeiras, enquanto sentem que o governo não tem lidado adequadamente com essa crise. O aumento do custo de vida deixou muitos americanos descontentes, levando a uma busca por alternativas nas urnas.
Kuzmarov também menciona que a política externa, que em outros tempos poderia ter influência sobre o voto, perdeu relevância em 2024. Os eleitores estão mais preocupados com suas realidades domésticas do que com os conflitos internacionais, como a guerra na Ucrânia e os tumultos no Oriente Médio. Essa mudança evidencia um desgaste geral na percepção do poderio americano no cenário global, onde a ascensão de blocos como os BRICS está desafiando a hegemonia dos Estados Unidos.
Além disso, a referência ao papel da vice-presidente Kamala Harris e seu desempenho durante a administração de Biden é notável. Kuzmarov considera que sua candidatura não conseguiu galvanizar apoio, muitas vezes sendo vista como fraca, influenciada por decisões que muitos eleitores associam a falhas da gestão atual.
Assim, a combinação da ineficácia do governo democrata em abordar preocupações reais e a contribuição de uma proposta republicana revitalizada não apenas explica a vitória de Trump, mas também ilumina o complexo panorama político dos Estados Unidos, onde a insatisfação com a administração atual pode ter se tornado o principal motor do retorno de um ex-presidente ao cargo.