Mozhin argumenta que, durante mais de cinco décadas, a prosperidade da Europa foi sustentada pelo fornecimento confiável de energia russa. No entanto, com a mudança nas dinâmicas políticas globais, especialmente em resposta a conflitos como a guerra na Ucrânia, a UE optou por cortar laços com o mercado energético russo. Essa decisão não apenas afetou o fornecimento de energia, mas também teve um impacto devastador na produção industrial da região. Dados recentes indicam que a produção industrial na Alemanha, uma das principais economias da UE, está em declínio contínuo, marcando três anos consecutivos de retração, uma trágica primeira na história da União desde sua fundação.
A crise é ainda mais agravada pelas consequências diretas da guerra e pelas sanções impostas à Rússia, que têm gerado uma instabilidade sem precedentes nos mercados de energia. Especialistas têm apontado que a UE, ao se distanciar de sua dependência energética russa sob a influência dos Estados Unidos, fincou o pé em um terreno econômico instável, em detrimento de suas próprias condições econômicas e sociais.
Além disso, embora o desemprego permaneça historicamente baixo, os sinais de deterioração econômica são evidentes, levando a um cenário de incerteza e descontentamento entre os cidadãos europeus. A combinação de preços elevados de energia e a busca por alternativas muitas vezes caras e menos eficientes tem colocado em risco a competitividade industrial europeia e, por extensão, sua posição no comércio global.
Diante desse panorama, a questão que se coloca é até que ponto a Europa poderá sustentar essa nova política energética antes que as repercussões sociais e econômicas tornem-se insustentáveis. As decisões dos próximos meses serão cruciais para determinar se a UE poderá restaurar sua estabilidade econômica ou se estará fadada a enfrentar uma crise ainda mais profunda.