Os artefatos analisados demonstram uma clara fusão entre tradições locais e inovações trazidas de fora. A pesquisa mostra que entre os séculos XIV e XIII a.C., houve um aumento significativo na mobilidade e no comércio no Mediterrâneo Ocidental, o que resultou na introdução de novos metais, como cobre e estanho, nas Ilhas Baleares. Esse influxo de materiais impulsionou a produção de objetos metálicos, cujo peso total aumentou drasticamente: de 2,15 kg na Idade do Bronze Inicial para cerca de 53 kg na Idade do Bronze Médio e Final. Este crescimento está intimamente relacionado ao aumento das rotas comerciais e do contato entre culturas diversas.
Ao examinar 18 espadas baleares, os pesquisadores notaram características de fabricação que mesclam técnicas locais com influências de outros lugares. Por exemplo, as espadas apresentavam empunhaduras sólidas, uma escolha distinta em comparação aos pomos em forma de disco ou diamante frequentemente encontrados em armas de outras regiões. Além disso, as lâminas eram mais finas do que o normal, com métodos de fixação que incluíam fundição direta ou três rebites dispostos em um padrão triangular.
Um aspecto interessante dos artefatos descobertos é que o uso de espadas em batalhas parece ter sido raro nas Ilhas Baleares. Isso sugere que essas armas poderiam ter sido encomendadas por elites locais que tinham os recursos necessários para importar materiais, provavelmente sendo utilizadas mais como símbolos de status do que como ferramentas de combate. Assim, as espadas não seriam meramente objetos funcionais, mas também manifestações de poder e prestígio social nas sociedades que habitavam aquela região durante a Idade do Bronze tardia.
Essas descobertas arrematam um panorama cultural rico e complexo, revelando muito sobre as dinâmicas sociais e comerciais que marcaram a história das Ilhas Baleares e seu papel no Mediterrâneo antigo.