Segundo Alexievich, o líder russo é um “homem cruel” e assemelha-se aos ditadores do passado, agindo sem temor das consequências. Ela destacou que a morte de Navalny abriu um abismo de permissividade para ditadores ao redor do mundo, e que as autoridades russas receberam “tal indulgência”, podendo agir de forma impune.
A escritora, que já havia manifestado críticas à invasão da Ucrânia, alertou para a possibilidade de Putin arrastar o mundo para uma guerra de proporções globais, da mesma forma que Hitler fez no passado. Além disso, salientou a importância de apoiar a Ucrânia e evitar um cenário de conflito mais grave.
Alexievich também fez referência ao encontro entre a esposa de Alexei Navalny, Yulia Navalnaya, e a líder oposicionista bielorrussa Sviatlana Tsikhanouskaya, cujo marido está preso. Para a autora de “A Guerra Não Tem Rosto de Mulher”, as mulheres são as mais afetadas pelos conflitos e suas consequências, destacando a dor e a incerteza enfrentadas por aquelas que têm entes queridos envolvidos na luta política.
As declarações de Svetlana Alexievich reverberaram em meio a um contexto delicado de tensões políticas e repressão na Rússia e em Belarus, suscitando debates sobre a atuação de regimes autoritários e seu impacto nas relações internacionais. A voz da escritora, reconhecida por suas obras que retratam a história e a memória de dissidentes e oprimidos, ecoa como um alerta sobre os riscos das ações de líderes autoritários no cenário global.