Escândalo no STJ: Investigações Revelam Suspeita de Venda de Decisões Judiciais em Diversos Gabinetes de Ministros



Uma grave suspeita surgiu em relação a um possível esquema envolvendo a venda de decisões judiciais no âmbito do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) do Brasil. Investigações da Polícia Federal estão concentradas em cinco gabinetes de ministros, com quatro deles já sendo investigados formalmente: Og Fernandes, Nancy Andrighi, Isabel Gallotti e Paulo Moura Ribeiro. A inclusão do ministro Antônio Carlos Ferreira nas investigações ainda está em análise, com a PF buscando evidências concretas que justifiquem sua participação no caso.

O ponto de partida para essas investigações foi o assassinato do advogado Roberto Zampieri, ocorrido em Cuiabá, Mato Grosso, em 2023. Durante a apuração do crime, a PF achou em seu celular conversas que indicavam possíveis tentativas de influenciar decisões judiciais por meio de um contato identificado como lobbista, Andreson de Oliveira Gonçalves. As mensagens sugerem que os envolvidos buscavam manipular as decisões nos gabinetes dos ministros mencionados.

Inicialmente, a investigação estava restrita a assessores que poderiam estar facilitando essas ações. No entanto, à medida que novos dados surgiram, o caso foi encaminhado para o Supremo Tribunal Federal (STF), onde está sob a relatoria do ministro Cristiano Zanin. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) também participou, apontando movimentações financeiras suspeitas relacionadas a um dos ministros.

O ministro Paulo Moura Ribeiro se destacou nas investigações, com reportagens afirmando que ele justificou gastos considerados atípicos como sendo referentes a reformas em propriedades da família. Quanto a pagamentos recebidos fora do salário, Ribeiro os classificou como honorários por aulas e palestras que teria ministrado.

As implicações da investigação estão longe de serem simples. As informações relacionadas a esse caso foram encaminhadas ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, que agora deve decidir os próximos passos do processo. Conversas entre Zampieri e Gonçalves revelaram que o lobbista atribuía a si mesmo a influência em decisões favoráveis envolvendo o ministro Ribeiro, enquanto outras tratavam de processos em tramitação nos gabinetes de Andrighi e Gallotti, embora nenhuma decisão favorável dessas duas ministras pareça ter beneficiado os acusados.

Esse cenário aponta para a necessidade de uma análise criteriosa do sistema judicial brasileiro e suas interações com interesses externos, o que pode gerar repercussões significativas não apenas para os envolvidos, mas também para a confiança pública na justiça.

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