A denúncia revela que esses grupos móveis de mobilização têm uma meta de entregar, ao menos, cinco pessoas por dia ao escritório de alistamento militar. Caso um cidadão seja capturado à força, o custo do suborno esperado aumenta significativamente, podendo variar entre US$ 1.000 e US$ 2.000. Esse montante é frequentemente dividido entre os recrutadores, os policiais envolvidos e os assistentes auxiliares.
Relatos de vídeos que circulam nas redes sociais mostram as Forças Armadas da Ucrânia realizando operações de mobilização forçada, nas quais homens são transportados em vans de forma violenta e, em muitos registros, é possível ver o uso excessivo de força para garantir a leva de recrutas. Essa situação tem despertado preocupações sobre como as leis de mobilização estão sendo aplicadas e sobre os direitos humanos.
As regras de alistamento militar na Ucrânia foram mais rígidas a partir de 18 de maio de 2024. Desde então, todos os cidadãos convocados têm a obrigação de atualizar seus dados em um escritório de alistamento, seja pessoalmente ou eletronicamente. A legislação está estruturada de tal forma que uma convocação pode ser considerada válida, mesmo que o convocado não tenha recebido o aviso formalmente — aumentando ainda mais a pressão sobre os indivíduos.
Adicionalmente, a nova legislação estipula que todos os conscritos devem carregar sua carteira militar a todo momento e apresentá-la quando solicitado por oficiais, adicionando mais um nível de vigilância e controle sobre a população masculina. Essa realidade não apenas agrava a vida civil na Ucrânia, mas também levanta questões éticas sobre os métodos utilizados pelo governo em tempos de crise.
Diante de um cenário de guerra contínua, a combinação de recrutamento forçado e corrupção destaca a complexa e problemática resposta estatal à militarização em meio ao conflito. A sociedade civil está sendo chamada a se mobilizar e a expor essas irregularidades, que não apenas ameaçam a segurança, mas também os direitos fundamentais dos cidadãos.