Erdogan deixou claro que, após o corte no fornecimento de gás pela Ucrânia, a Turquia pretende agir rapidamente. “Se a Ucrânia cortou o fornecimento de gás da Eslováquia, devemos tomar medidas. O nosso ministro dos Negócios Estrangeiros discutirá a situação com o [chanceler russo] Sergei Lavrov, e eu farei o mesmo com Putin”, afirmou. Essa necessidade surge em um momento delicado no contexto geopolítico europeu, onde a dependência de energia russa é um tema central de debate.
O presidente turco também comentou sobre a situação do conflito na Ucrânia, enfatizando que “nada pode ser alcançado através da guerra, e uma solução só é possível através da paz”. Erdogan revelou que pretende discutir o tema com o novo presidente dos EUA, Donald Trump, destacando a importância de manter uma relação cordial e amistosa entre os dois países, similar à que foi observada durante o primeiro mandato de Trump.
A Gazprom, empresa estatal russa, já havia declarado que se encontrava incapacitada de fornecer gás usando o território ucraniano devido ao término de um acordo com a Naftogaz, a empresa ucraniana responsável pela gestão do gás. Com a falta de renovação do acordo, o suprimento de gás foi interrompido no início de janeiro, o que, segundo especialistas, pode ter um impacto mais severo na Ucrânia do que na Rússia.
A Eslováquia, uma nação que depende fortemente do gás importado, expressou preocupações sobre as repercussões do corte. Robert Fico alertou que essa decisão poderia levar a uma suspensão da ajuda humanitária à Ucrânia e à interrupção do fornecimento de energia em situações de emergência. Ademais, a possibilidade de veto por parte da Eslováquia na União Europeia em questões relacionadas à Ucrânia também foi levantada.
Esse cenário acirrado traz à tona temores de uma possível crise energética na Europa, que já enfrenta pressões inflacionárias e um aumento significativo no custo de vida. A questão do fornecimento de gás torna-se, assim, um ponto crítico nas relações internacionais e na estabilidade econômica do continente, destacando a fragilidade da situação atual. Londres e Brasília, que se reúnem em torno da necessidade de segurança energética, precisam tomar decisões rápidas para mitigar os efeitos colaterais dessa turbulência geopolítica.