O DHS, criado após os ataques de 11 de setembro de 2001, tem como missão centralizar as diversas agências federais americanas dedicadas à segurança interna, abrangendo desde a Guarda Costeira até serviços de inteligência e segurança de fronteiras. A proposta de instalar unidades do DHS no Equador é vista por especialistas como um passo inédito, uma vez que essas unidades seriam mais móveis e funcionais em rede, aproveitando a infraestrutura local de segurança.
Enquanto isso, analistas políticos levantam questões sobre as intenções por trás dessa cooperação. Decio Machado, um desses analistas, destaca o potencial do DHS para operar como uma agência com um histórico de violação de direitos civis nos EUA, incluindo denúncias de espionagem e monitoramento de movimentos sociais. A possibilidade de monitoramento de líderes políticos equatorianos, em um contexto onde o governo de Noboa busca manter a estabilidade política, não é descartada.
Adicionalmente, o crescente interesse dos EUA nas Ilhas Galápagos, com sua localização estratégica no Pacífico, também é um ponto de atenção. Recentemente, a entrada das embarcações de guerra norte-americanas nessas ilhas foi aprovada, sob o argumento de combate ao narcotráfico, mas sem dúvida isso também reflete a competição geopolítica entre os EUA e a China na região.
Em suma, o projeto de estabelecer uma rede de segurança nos Andes e no Pacífico pode proporcionar não apenas uma nova dinâmica de segurança, mas também levantar preocupações sobre soberania e o impacto da influência americana nos assuntos internos do Equador e da América Latina como um todo. O desdobramento dessa cooperação, especialmente no contexto de uma região em constante mudança e enfrentando desafios variados, será monitorado de perto pela comunidade internacional.