A presença de Paley gerou críticas por parte de diplomatas iranianos, que questionaram os objetivos de suas reuniões com as autoridades brasileiras. Segundo relatos, o governo de Teerã considerou a visita do diplomata norte-americano como parte da política de “pressão máxima” exercida pelos EUA contra o Irã.
Durante sua estadia no Brasil, Paley discutiu diversas questões, incluindo as atividades desestabilizadoras do Irã na região, a aplicação de sanções, a cooperação contra o terrorismo e os objetivos de não-proliferação nuclear. O governo brasileiro, por sua vez, informou que o embaixador Carlos Duarte, secretário de África e Oriente Médio do Itamaraty, se encontrou com o representante do governo Biden para tratar da situação no Oriente Médio.
Vale ressaltar que no governo do ex-presidente Lula houve sinais de aproximação com o Irã, inclusive com diálogo presidencial e abstenção em votações na ONU contra Teerã. No entanto, a relação entre os países tem sido marcada por pressões dos EUA, principalmente no que diz respeito ao comércio bilateral.
Apesar das divergências políticas, o comércio entre Brasil e Irã tem crescido nos últimos anos, atingindo a marca de US$ 4,4 bilhões no ano passado. Produtos como milho, soja, carne bovina e de aves, e açúcar são os principais itens da pauta bilateral, com o Brasil registrando superávit nas trocas comerciais.
No entanto, as sanções impostas pelos EUA continuam a ser um obstáculo para a expansão do comércio e causam dificuldades para o Irã em áreas como aérea civil. A tragédia envolvendo a queda de um helicóptero que resultou na morte do presidente Ebrahim Raisi e do ministro das Relações Exteriores Hossein Amir-Abdollahian, ainda sob investigação, ressalta os desafios enfrentados pelo país.
Em suma, a presença do representante do governo dos Estados Unidos no Brasil para discutir questões relacionadas ao Irã evidencia a complexidade das relações internacionais e os desafios enfrentados pelos países envolvidos em meio a interesses geopolíticos e comerciais divergentes.