Na manhã desta quinta-feira (30), o engenheiro mecatrônico Arthur Cavalcante concedeu uma entrevista alarmante, em que declarou que o colapso da mina 18, localizada no bairro do Mutange, é praticamente irreversível.
Segundo o especialista, a situação se agrava a cada ano, com as cavidades se deslocando para cima e se aproximando cada vez mais da superfície. “Cavidades que foram desativadas anos atrás com 800 metros de profundidade agora estão a 720 metros. Ou seja, a cada dia que passa, elas estão mais próximas”, afirma Cavalcante.
Cavalcante também revelou que a mina 18 estava entre as prioritárias para fechamento, mas que algumas outras, como as minas 4 e 7, estavam em situação mais crítica, segundo análise da Braskem e órgãos governamentais.
Sobre o processo de fechamento das minas, o engenheiro explicou que elas são preenchidas com areia, em uma profundidade média de um a um quilômetro e meio. No entanto, a mina 18 que está prestes a colapsar não foi preenchida a tempo.
Além disso, Cavalcante alertou para a possibilidade do colapso da mina 18 afetar outras minas na região, como as do Bom Parto, Bebedouro e Mutange, podendo comprometer o ecossistema local.
Outra preocupação levantada pelo engenheiro é a possibilidade de um desastre ambiental, caso o colapso da mina atinja a lagoa Mundaú. “No pior cenário, o líquido vazaria para a lagoa, trazendo sérias consequências para o ecossistema da capital”, alertou.