Em uma semana repleta de celebrações religiosas em homenagem à padroeira da cidade, Nossa Senhora do Pilar, que culminarão no próximo domingo, a população de Pilar encontra-se prestes a celebrar mais uma conquista significativa. A histórica encenação da última execução por pena de morte no Brasil, ocorrida em 28 de abril de 1876, na cidade de Pilar, foi reconhecida como patrimônio cultural imaterial. Este evento emblemático, que representa um momento de reflexão e memória coletiva, tem atraído atenção não apenas dos moradores, mas também de importantes figuras políticas, como a prefeita Fátima Rezende (MDB).
A relevância desta encenação cultural para a comunidade pilarense foi consolidada pela deputada estadual Fátima Canuto (MDB), que apresentou a Lei nº 9.466/2025. Este marco legal, sancionado recentemente pelo governador Paulo Dantas (MDB), ressalta a importância deste evento na preservação da cultura local. A prefeita Fátima Rezende expressou seu agradecimento à deputada, destacando o papel vital que a iniciativa desempenha na valorização e preservação da história regional. Em suas palavras, a encenação representa “uma lembrança viva da nossa trajetória”, incentivando a população a refletir sobre o passado e suas lições.
Tradicionalmente, a cidade de Pilar reconta a história dessa execução com sentimento e profundidade, sublinhando a necessidade de preservar a memória como forma de enriquecer o presente. Para os pilarenses, este evento é mais do que uma representação dramática; é um convite à reflexão sobre a trajetória histórica da justiça no Brasil. O reconhecimento oficial como patrimônio cultural imaterial reforça a pertinência de discussões contemporâneas sobre direitos, história e identidade, destacando a importância da preservação e divulgação da memória local.
Fato
Nos registros históricos consta que em 28 de abril de 1876, a então pacata cidade de Pilar, localizada na província de Alagoas, despertou em meio a um grande alvoroço. Estima-se que cerca de 2 mil pessoas, incluindo muitos das vilas vizinhas, se reuniram para presenciar a execução do escravo Francisco, condenado à morte por ter assassinado, de maneira brutal, uma figura eminentemente respeitada e sua esposa. Este acontecimento histórico ganhou relevância nacional por ser a última execução formal registrada em território brasileiro, tornando-se, assim, um marco significativo na memória coletiva da cidade e do país.