Ricardo Vieira, vice-presidente da Abecs, destaca a importância de uma implementação mais ampla e padronizada do novo crediário, envolvendo todos os emissores, bancos e empresas de maquininhas. Ele ressalta que essa modalidade oferece custos mais baixos e prazos de pagamento mais longos, tornando-se uma excelente opção para os consumidores.
As taxas de juros e prazos do novo crediário serão determinados pela política de cada banco emissor do cartão, levando em consideração o perfil de risco de cada cliente. Os consumidores de menor risco tendem a obter taxas mais vantajosas nessa modalidade.
O setor de cartões apresenta um forte crescimento no Brasil, com projeções de movimentar entre R$ 4,05 trilhões e R$ 4,12 trilhões neste ano, representando uma expansão de até 12% em relação a 2023. O destaque desse crescimento fica por conta do cartão de crédito, que está se expandindo mais rapidamente do que o débito. Este último, por sua vez, tem enfrentado concorrência do Pix e deve ter um crescimento modesto, em torno de 0,4% este ano.
A popularidade do parcelado sem juros entre os consumidores pode ser observada em uma pesquisa realizada em 2022 e citada no congresso anual da Abecs. O levantamento apontou que 75% dos consumidores brasileiros já haviam utilizado o parcelado sem juros ao menos uma vez. Em contrapartida, o uso do rotativo é menos expressivo, já que 82% das pessoas afirmaram pagar o valor total da fatura dentro do prazo estabelecido.
Diante desse cenário, a indústria de cartões busca incentivar o uso do novo crediário como uma alternativa ao parcelado sem juros, oferecendo prazos mais longos e condições mais atrativas para os consumidores. A Abecs está trabalhando ativamente para redesenhar o produto e torná-lo mais atrativo e padronizado para todo o setor, especialmente em um momento em que são discutidas mudanças no parcelado sem juros e no rotativo do cartão em Brasília.
Além disso, a Abecs está desenvolvendo uma proposta para melhorar a estrutura de riscos e garantias de todo o sistema de cartões, visando analisar como o risco está distribuído atualmente. Um grupo de trabalho da entidade tem se reunido frequentemente para elaborar esse modelo, demonstrando o empenho do setor em promover melhorias significativas em suas operações.