Empresário ligado à “Farra do INSS” movimentou R$ 1,2 milhão com fintechs suspeitas de conexão com o PCC, revela investigação da Polícia Federal.

Investigações Revelam Ligação de Empresário com Lavagem de Dinheiro e Fraudes no INSS

Recentemente, a Polícia Federal (PF) indicou que Maurício Camisotti, empresário envolvido em esquemas fraudulentos relacionados ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), teria controlado três entidades implicadas na chamada “Farra do INSS”. As investigações giram em torno de transações financeiras que somam R$ 1,2 milhão, realizadas com uma fintech e uma casa de câmbio suspeitas de estar ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das organizações criminosas mais poderosas do país.

Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) destacam esses repasses como parte das operações investigativas relacionadas à “Operação Sem Desconto”, deflagrada em abril deste ano. Essa operação tem foco em um esquema abrangente de descontos indevidos nas aposentadorias de milhares de brasileiros, que gerou um prejuízo bilionário.

Na última operação, Camisotti foi preso junto a Antônio Carlos Camilo Antunes, também conhecido como “Careca do INSS”, que é apontado como o operador financeiro do esquema. Os investigadores acreditam que Camisotti tinha controle sobre empresas que faturaram mais de R$ 1 bilhão desde 2021, ao mesmo tempo em que repassou valores significativos a Antunes, somando pelo menos R$ 25,5 milhões.

Dentre as transações analisadas, destaca-se um repasse de R$ 568 mil para a empresa Guardiões Câmbio e Turismo, que, segundo o Ministério Público de São Paulo, é acusada de atuar como fachada para lavagem de dinheiro ligado a operações do PCC. O proprietário da empresa, Valdecy Soares Coelho, cuja residência é um modesto apartamento de 38 m² em São Paulo, teria movimentado R$ 100 milhões em apenas dois anos, revelando uma estrutura de lavagem bastante sofisticada que envolve depósitos em espécie e empresas de fachada.

Além disso, outra transferência de R$ 518 mil foi feita por meio do BK Bank, uma fintech na mira da PF por supostas fraudes e lavagem de dinheiro. O banco teria facilitado a movimentação de quantias que concernem a transações ilegais de empresas do setor de combustíveis, além de ser um elo para ocultar a verdadeira identidade dos titulares dos valores. As investigações revelaram que a BK Bank movimentou mais de R$ 46 bilhões entre 2020 e 2024 em transações de difícil rastreamento.

O cenário delineado pelas apurações revela um complexo sistema voltado para a lavagem de dinheiro e a exploração da vulnerabilidade de aposentados, enquanto Camisotti e outros envolvidos na “Farra do INSS” buscam garantir um lucro ilícito. Assim, a atuação da PF e do MPSP se torna ainda mais crucial no combate a essas fraudes que impactam ecossistemas financeiros e sociais no Brasil. Os meios de defesa de Camisotti não se manifestaram até o fechamento deste relatório, enquanto as investigações continuam a revelar a extensão dessas operações criminosas.

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