A ação aconteceu por volta das 11 horas do dia 23 de outubro de 2024, durante a semana do segundo turno das eleições municipais. A Polícia Federal, com o auxílio de agentes da Marinha, foi até a ilha Mocanguê, onde está localizada a Base Naval, para verificar a denúncia. No local, encontraram André Martinez, um dos sócios da empresa Transuniversal Pinturas e Anticorrosão.
Após o flagrante, o empresário foi conduzido à superintendência da PF, onde prestou depoimento e teve seu celular apreendido. Embora não tenha sido preso em flagrante, os policiais levantaram informações sobre o empresário e sua empresa. Descobriram que a Transuniversal possui contratos milionários com a Marinha desde 2011, recebendo cerca de R$ 120 milhões do Ministério da Defesa nesse período.
Com base nessas informações, a PF encaminhou o caso ao Ministério Público Militar devido à suspeita de pagamento de propina a militares. A investigação seguirá na esfera da Justiça Militar, uma vez que não há evidências suficientes para caracterizar os crimes de corrupção ativa ou passiva neste momento.
A Marinha do Brasil preferiu não se manifestar sobre o caso, reforçando seu compromisso com a transparência e a legalidade. Por sua vez, o empresário André Martinez defendeu-se, alegando que os valores sacados seriam destinados ao pagamento regular de funcionários da empresa. Ele afirmou ter enviado documentos que comprovam a prática habitual de saques para esse fim e negou veementemente qualquer pagamento indevido a militares.
Martinez explicou que o valor elevado do saque naquela data se deveu ao encerramento de um contrato com a Marinha e ao acerto de contas com parte dos funcionários. Ressaltou ainda que a empresa sempre seguiu as regras para contratação, vencendo licitações públicas de forma legal. A PF se colocou à disposição para colaborar com as investigações, que visam esclarecer as circunstâncias do saque e possíveis irregularidades envolvendo a empresa e a Marinha do Brasil.