Empresário delator do PCC é executado com tiro de fuzil no aeroporto de São Paulo. Trama envolve dívidas em bitcoins.



O empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, de 38 anos, foi brutalmente executado com um tiro de fuzil no rosto na área de desembarque do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na última sexta-feira, 8 de novembro. A vítima, que havia fechado um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo, revelou em seu depoimento à polícia ameaças recebidas do Primeiro Comando da Capital (PCC), além de períodos de reclusão por temer pela própria vida.

Gritzbach, que era jurado de morte pelo PCC, contou detalhes de operações milionárias para lideranças da facção criminosa, como Anselmo Santa Fausta e Claudio Marcos de Almeida. O empresário também mencionou lavagem de dinheiro envolvendo a empresa de ônibus UpBus, da qual os dois suspeitos citados eram sócios.

O motivo da execução teria sido um desentendimento entre Gritzbach e Cara Preta, membro do alto escalão do PCC. Investigações apontam que o empresário teria ordenado a morte do traficante após ser cobrado por uma dívida relacionada a investimentos em bitcoins. No entanto, Gritzbach negou ser o mandante do crime e afirmou ter conhecido os envolvidos como bicheiros e agentes de jogadores de futebol.

Após a morte de Cara Preta, Gritzbach viveu momentos de medo e tensão, sendo ameaçado por Django e outros comparsas do PCC. Em seu depoimento, ele relatou invasões em sua imobiliária, reclusão e ameaças de esquartejamento. O empresário conseguiu recuperar parte do dinheiro ligado aos criminosos, o que posteriormente contribuiu para denúncias por lavagem de dinheiro.

A execução de Gritzbach no aeroporto chocou a sociedade, sendo cometida na frente de seu filho e registrada por câmeras de segurança. O empresário, que já havia sido alvo de um suposto atentado anteriormente, mantinha negócios na área de bitcoins e criptomoedas, o que possivelmente motivou sua morte.

Diante de todas as circunstâncias envolvendo a vida e a morte de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, é evidente a complexidade e o perigo das relações com organizações criminosas, assim como a fragilidade da segurança e justiça em determinados contextos. A execução do empresário marca mais um triste capítulo da violência e da criminalidade que assolam o país.

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