Entre as investigações em andamento, estão os recebimentos de cerca de US$ 50 milhões oriundos de pirâmides financeiras estruturadas no exterior, com aportes típicos de contratos de investimentos, como os casos da One Thor e D9 Club.
Curiosamente, mesmo sendo alvo de investigações por crimes financeiros, o empresário criticou, durante uma entrevista, aqueles que utilizam o bitcoin para facilitar pirâmides financeiras. Em 2020, em um vídeo publicado no canal “A era digital crypto”, Fuziyama fez comentários afirmando que muitas pessoas maliciosas estão usando o bitcoin de forma equivocada para esse fim.
Na entrevista, ele também compartilhou detalhes de sua trajetória, desde uma realidade de poucos recursos até se tornar o bilionário que se diz ser. Com ascendência brasileira e japonesa, Fuziyama mudou-se para o Japão aos seis anos, onde aprendeu a língua paterna. Começou a trabalhar desde cedo, aos 12 anos, ganhando US$ 12 por hora fazendo concreto.
Apesar de afirmar que hoje é bilionário, Kaze enfatiza que, quando mais jovem, não tinha dinheiro sequer para comprar um refrigerante. Ele ressalta o contraste de sua trajetória, desde os tempos de dificuldades financeiras até se tornar um empresário bem-sucedido no ramo das criptomoedas.
A operação da PF, denominada Fortuito 2, foi deflagrada em 29 de janeiro com o objetivo de combater uma organização criminosa envolvida em crimes financeiros. Oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, com a Justiça determinando o bloqueio de R$ 300 milhões em bens. Caso sejam condenados, os investigados podem responder por diversos crimes, com penas que somadas superam os 50 anos de reclusão.
Antes de abrir sua própria empresa de mineração de criptomoedas, Kaze Fuziyama trabalhou na divulgação da D9 Club, empresa suspeita de ser uma pirâmide financeira. Apesar de negar envolvimento com a empresa, ele foi visto recebendo um cheque de US$ 22 mil em um vídeo publicado pelo Canal do Bitcoin, relacionado ao “Lançamento Oficial D9 Clube de Empreendedores” há oito anos.
Em seus relatos, Fuziyama menciona que, apesar de já ter tido muito dinheiro, decidiu montar seu próprio negócio de mineração de criptomoedas em busca de um padrão de vida ainda mais alto. Esse empreendimento se tornou seu principal foco de investimento e fonte de renda, conforme compartilhou em suas entrevistas recentes.
Essa trajetória de altos e baixos, desde os dias de dificuldades financeiras até o sucesso no ramo das criptomoedas, evidencia as complexidades e contradições da vida e dos negócios de Kaze Fuziyama. As investigações em curso pela PF certamente trarão à tona mais detalhes sobre suas atividades e supostas irregularidades, enquanto ele continua a se apresentar como um dos principais nomes do setor no Brasil.