Em um e-mail enviado aos funcionários da Embrapa Gado de Leite, o chefe geral em exercício da unidade, Jorge Fernando Pereira, alertou para a situação de atrasos em contas básicas como água, energia e serviços de limpeza. Segundo ele, a unidade não recebeu os recursos necessários para fechar as contas do exercício de 2024, o que impactou nos contratos de manutenção.
A falta de votação do projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025 pelo Congresso também agravou a situação, limitando o governo a realizar apenas despesas consideradas essenciais ou obrigatórias. Diante desse cenário, a Embrapa Gado de Leite precisou adotar medidas de contenção de despesas, incluindo a proibição do uso de ar-condicionado, suspensão temporária de serviços e renegociação de dívidas com empresas contratadas.
Além disso, foi revelado que a Embrapa paga um “penduricalho” de até R$ 1 milhão por empregado, por meio de uma gratificação chamada de licença especial concedida aos funcionários admitidos até abril de 1998. Tal benefício pode ser convertido em dinheiro, representando um custo significativo para a empresa.
Diante desse cenário, a Embrapa justificou a necessidade de suplementação orçamentária, alegando uma redução de 80% em seu orçamento nos últimos 10 anos. A empresa encerrou o exercício de 2024 com um déficit orçamentário de cerca de R$ 200 milhões e busca apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária e do Congresso Nacional para superar as dificuldades financeiras enfrentadas.