Em uma reunião no ministério da Economia na manhã desta terça-feira (2), o ministro Paulo Guedes recebeu parlamentares do PSD e ouviu cobranças do deputado federal Marx Beltrão. O coordenador da bancada alagoana no Congresso pediu cópias “do estudo que demonstra a economia de R$ 1 trilhão a ser proporcionada com a reforma da Previdência e do estudo com menção nominal dos grandes devedores do INSS no Brasil. A sociedade precisa saber quem deve contribuição previdenciária, assim como se chegou a esta cifra a ser hipoteticamente economizada com a reforma” disse Marx.
Ainda durante o encontro, Beltrão também cobrou que governo envie com celeridade à Câmara os projetos de “Reforma Tributária, vital para o aperfeiçoamento da arrecadação nacional e para a justiça fiscal junto aos contribuintes, e também o projeto que reformula o Pacto Federativo. Os municípios brasileiros vivem situação cada vez mais adversa. Em Alagoas, acompanho a luta dos prefeitos e as discussões na AMA. O estado brasileiro precisa ser redesenhado, porque hoje os municípios têm obrigações demais e recursos de menos” destacou o parlamentar alagoano.
Mas a posição mais contundente do coordenador da bancada federal de Alagoas foi em prol da não redução do BPC e por medidas que não prejudiquem a aposentadoria de professores e professoras, e dos chamados trabalhadores rurais, entre eles os pescadores. “Não podemos concordar com estas mudanças. Já afirmei em outras ocasiões que considero absurdo o pagamento de um Benefício de Prestação Continuada, o chamado BPC, no valor de R$ 400. Também acho absurdo professores e professoras em especial serem prejudicadas. Outra questão é a aposentadoria do homem do campo, a qual necessita ser garantida com justiça e sem prejuízos a estes trabalhadores” afirmou Beltrão.
O ministro da Economia irá à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara nesta quarta-feira (3) para debater a reforma da Previdência (PEC 6/19) com os integrantes da comissão. A audiência foi proposta pelo deputado Professor Luizão Goulart (PRB-PR). Guedes era esperado na CCJ na semana passada, mas decidiu adiar sua vinda para depois da definição do relator da reforma no colegiado. O ministro chegou a enviar o secretário Especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, para falar em seu lugar, mas a oposição não aceitou a troca e ameaçou convocar o ministro, o que faria com que sua vinda fosse obrigatória. Um acordo com o líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), remarcando a vinda de Guedes, pôs fim ao embate.