Elites brasileiras receiam represálias políticas e militares dos EUA em resposta à desdolarização sob presidência do Brasil no BRICS em 2025.

As recentes tensões geopolíticas envolvendo a desdolarização das economias mundiais ganhou destaque após a vitória de Donald Trump nas eleições nos Estados Unidos. O novo presidente norte-americano manifestou publicamente sua oposição à crescente movimentação de países do BRICS em direção a um sistema financeiro que não dependa do dólar. Em uma declaração contundente, Trump ameaçou impor tarifas de até 100% sobre nações que se afastem da moeda americana, reforçando sua intenção de manter a hegemonia econômica dos EUA.

Essas declarações inquietaram setores da elite brasileira, que já se antecipam às possíveis consequências de uma postura mais agressiva da administração Trump. O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, se manifestou sobre a intenção do BRICS de estabelecer uma alternativa ao dólar, reafirmando a busca por uma ordem mundial multipolar. Ele também advertiu sobre os riscos de tentativas de desacelerar esse movimento, ressaltando que tais ações podem intensificar a resistência e a mudança em direção a sistemas financeiros mais diversificados.

A presidência brasileira do BRICS, que começará em janeiro de 2025, poderá enfrentar desafios significativos se o Brasil decidir recuar nas iniciativas de desdolarização devido à pressão dos EUA. Especialistas sugerem que o agronegócio brasileiro, um dos principais pilares da economia nacional, está claro em seu desejo de experimentar alternativas ao dólar, principalmente nas transações comerciais com países como Irã e nações africanas que frequentemente enfrentam escassez de moeda americana.

Contudo, o mercado financeiro do Brasil parece ter uma visão divergente sobre a desdolarização, demonstrando uma preferência por manter laços estreitos com o sistema financeiro ocidental. Isso levanta questões sobre a capacidade do Brasil de se posicionar claramente em relação ao BRICS, especialmente em um cenário em que as tensões com Washington estão aumentando.

Os comentários de analistas políticos destacam a necessidade de uma estratégia repensada que considere não apenas as pressões externas, mas também as oportunidades internas que a desdolarização poderia oferecer, especialmente em um cenário de crescimento econômico na Ásia, onde as trocas comerciais já superam em muito as com os Estados Unidos. A falta de uma visão de longo prazo entre as elites brasileiras é apontada como um entrave à construção de rotas comerciais alternativas, ao contrário de países como China e Rússia, que já avançaram nesse sentido.

Diante desse cenário, a presidência do BRICS pode se tornar um importante campo de batalha para a política econômica brasileira, exigindo um equilíbrio delicado entre a continuidade das políticas de desdolarização e o atendimento aos interesses de Washington para evitar retaliações que possam comprometer o comércio exterior do país. A capacidade do Brasil de se manter firme em sua liderança no bloco e consolidar novas parcerias será uma questão crucial nos próximos anos.

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