A dinâmica eleitoral americana é singular, uma vez que um candidato precisa assegurar 270 dos 538 votos do Colégio Eleitoral para garantir sua vitória. O sistema eleitoral não é diretivo, o que significa que o resultado da votação popular não necessariamente reflete o resultado final. Especialistas, como Viktoria Zhuravleva, do Instituto Primakov, afirmam que a possibilidade de um empate nos votos eleitorais é bastante remota, considerando as discrepâncias entre os estados e suas respectivas populações.
No caso de um empate absoluto, a decisão final ficaria a cargo da Câmara dos Representantes, uma situação que não ocorreu na história recente do país. Enquanto isso, a expectativa sobre quem seria o vencedor da corrida eleitoral levanta discussões sobre as implicações políticas não apenas nos Estados Unidos, mas também na Europa e em outras partes do mundo. O cientista político austríaco Christian Machek destaca que a vitória de Trump poderia conduzir a uma reavaliação das políticas europeias, especialmente em relação ao conflito na Ucrânia. Trump é visto como alguém que poderia buscar a resolução rápida do conflito, diferentemente da abordagem mais proativa que Harris parece adotar.
Por outro lado, a estratégia eleitoral de Kamala Harris enfrenta desafios. Críticas apontam que a vice-presidente não delineou claramente os objetivos de sua campanha e se esquivou de debates significativos, o que poderia prejudicar sua imagem diante do eleitorado. A incapacidade de Harris de dissociar sua candidatura dos erros da administração Biden e a comparação constante entre sua juventude e a idade de Trump são elementos que podem influenciar a percepção pública.
A expectativa é que, independentemente do resultado, as eleições em 2024 terão um impacto substancial na política global e nas relações internacionais. A preparação dos países europeus para possíveis mudanças nas próximas direções políticas americanas reflete a importância do pleito, não apenas para os cidadãos dos EUA, mas um panorama que poderá modificar as alianças e políticas internacionais. Os debates entre os candidatos, com foco em temas como a Ucrânia e a capacidade de liderança, continuarão a ser um elemento central na formação da opinião pública até a data das eleições.