Eleições no Equador: Segundo turno revela polarização acentuada entre Daniel Noboa e Luisa González em cenário marcado por violência e incerteza política.



O Equador realizou recentemente um pleito eleitoral que evidenciou o clima de polarização política que permeia o país. No último domingo, 9 de fevereiro de 2025, os eleitores foram às urnas para escolher seu novo presidente. O embate se deu entre o atual presidente Daniel Noboa, representante da direita, e Luisa González, a candidata da oposição à esquerda. Este pleito marca a segunda vez em apenas 16 meses que os equatorianos são convocados às urnas, revelando um cenário político conturbado.

A história recente do Equador está marcada por uma intensa agitação política. Em 2023, o ex-presidente Guillermo Lasso, que enfrentava um processo de impeachment, dissolveu a Assembleia Nacional e chamou eleições antecipadas. Noboa surgiu como vencedor na ocasião, obtendo um mandato temporário, mas um ambiente de violência política acompanhou essas eleições, com vários assassinatos de políticos. Essa situação complexa reflete a gravidade dos problemas enfrentados pelo país, que atualmente registra uma taxa de homicídios alarmante, de 38 mortes a cada 100 mil habitantes.

Os resultados da votação do último fim de semana apresentaram Noboa à frente com 44,31% dos votos, enquanto González alcançou 43,83%, levando à realização de um segundo turno marcado para 13 de abril. O resultado foi surpreendente, uma vez que as pesquisas anteriores indicavam uma facilidade para Noboa se eleger no primeiro turno. De acordo com especialistas, essa reviravolta evidencia que a polarização política, que parecia ter diminuído durante a administração de Lasso, ressurgiu com força. A polarização no Equador não se limita mais à antiga divisão entre correístas e anticorreístas, mas ampliou-se para incluir um vasto espectro de oposições e alternativas ao governo.

A ascensão de González galvanizou apoio de setores da oposição que superaram a simples dicotomia política, formando uma coalizão mais ampla contra Noboa. A situação é agravada pela influência das redes sociais na disseminação de informações e na mobilização política, que tornam a comunicação instantânea e potencialmente volátil, contribuindo para as mudanças de última hora no eleitorado.

O cenário atual também expõe uma diferença fundamental na polarização equatoriana em comparação com a brasileira, já que a proximidade dos Estados Unidos e a economia dolarizada do Equador alimentam uma narrativa política distinta. À medida que o segundo turno se aproxima, a atenção se volta para como essas dinâmicas políticas vão se desenrolar e quais alianças podem se formar em um contexto que continua a ser marcado pela incerteza.

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