Essas eleições, consideradas as mais importantes nas últimas décadas na França, registraram a maior participação do eleitorado desde os anos 1980, com estimativas apontando para mais de 60% de comparecimento às urnas, o que pode influenciar significativamente o sistema eleitoral do país. Com um formato que elege um único representante por distrito eleitoral em dois turnos, o alto comparecimento pode tornar as disputas do segundo turno ainda mais imprevisíveis, especialmente diante da fragmentação da votação.
Com o resultado do primeiro turno, espera-se que apenas de 65 a 85 cadeiras sejam definidas nesta etapa eleitoral, deixando o restante para o próximo domingo. A disputa dos candidatos restantes, que pode envolver dois, três ou mais concorrentes, terá um impacto crucial na configuração final da Assembleia Nacional após o segundo turno, podendo influenciar as alianças entre diferentes campos políticos.
A maior preocupação é a possibilidade de uma maioria absoluta na Assembleia Nacional, onde é necessário conquistar 289 cadeiras, o que tornaria mais difícil para o RN formar um governo frente a possíveis alianças entre centro e esquerdas. Apesar das previsões do instituto Ipsos Talan apontarem para um possível sucesso do RN com entre 230 e 280 cadeiras, ainda assim não seria suficiente para alcançar a maioria absoluta.
Os veículos de imprensa franceses ressaltam a importância da participação eleitoral no segundo turno e lembram casos anteriores em que as previsões se mostraram equivocadas. Em 2022, por exemplo, o RN conquistou bem mais cadeiras do que o previsto após o segundo turno, o que indica que ainda há muitas reviravoltas possíveis nesse cenário político altamente volátil da França.