Em um total de 5.570 municípios, os partidos considerados de esquerda, entre os quais PT, PV, e PSOL, conquistaram 752 prefeituras. Em contrapartida, os partidos categorizados como de centro e direita dominaram as demais 4.818 prefeituras. Esse parâmetro indica uma notável perda para a chamada esquerda progressista, tendência que se consolidou desde 2016, ano marcado pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff. A situação nunca foi simples, e especialistas alertam para a necessidade de uma análise mais profunda, especialmente ao considerar as nuances ideológicas dos partidos.
Entre os pontos positivos para o PT, destaca-se a cidade de Natal, onde o partido não apresentava candidatos ao segundo turno havia quase três décadas. A deputada federal Natália Bonavides quase venceu o candidato Paulinho Freire em uma eleição acirrada, evidenciando uma recuperação em algumas áreas urbanas. No entanto, o crescimento das prefeituras conquistadas pelo partido foi considerado “tímido”, indicando que as expectativas não foram totalmente correspondidas.
A análise de como os partidos se posicionam no espectro político é crucial, mas os pontos de vista divergentes entre os analistas dificultam essa classificação. Por exemplo, muitos reconhecem o PSD, partido de Gilberto Kassab, como de centro; porém, outros especialistas argumentam que, dada a sua atuação no centrão, ele não deve ser classificado dessa forma.
Por outro lado, quem realmente perdeu força foi o bolsonarismo, cujos candidatos que adotaram um discurso radical foram, em grande parte, rejeitados pelos eleitores que preferiram opções mais moderadas. Assim, na cidade de Cuiabá, a eleição de um “bolsonarista raiz” contrasta com uma tendência mais ampla de moderação nas urnas.
O resultado das eleições municipais traz reflexões importantes para o futuro político do país, especialmente em relação às candidaturas para o Congresso Nacional. Embora os resultados não possam ser diretamente extrapolados para o cenário presidencial, há um reconhecimento de que os desdobramentos nas câmaras municipais podem influenciar a composição futura do Congresso, refletindo a necessidade de que os partidos se adaptem às novas demandas e contextos sociais da população.
