Nesta eleição de 2024, mais de 493 mil votos foram computados, dos quais 455.918 foram considerados válidos e direcionados aos candidatos oficialmente registrados. Entretanto, o número de eleitores que optaram pelo voto em branco foi de 13.585, representando 2,76% do total. Além disso, 23.583 eleitores decidiram anular seus votos. Somados, esses números mostram que 37.168 pessoas optaram por não validar seu voto para nenhum dos concorrentes, quantidade que poderia ter sido determinante na definição do resultado eleitoral.
Paralelamente, a abstenção também se destacou como um fator significativo nas eleições deste ano. Dados divulgados indicam que 139.726 eleitores não compareceram às urnas, o que corresponde a 22,08% do total de eleitores registrados. Para efeito de comparação, essa cifra é inferior ao montante de votos recebidos pelo atual prefeito, JHC (PL), que foi reeleito ainda no primeiro turno. Tal cenário poderia ter alterado o desfecho da eleição se esses eleitores tivessem participado do processo.
No contexto das eleições municipais de 2020, marcadas pela pandemia de COVID-19, o impacto da abstenção foi ainda mais contundente. Naquele período, 164.739 eleitores deixaram de exercer seu direito ao voto. Esse número era superior ao total de votos recebidos por Alfredo Gaspar de Mendonça, que pleiteava o cargo de prefeito com 156.704 votos.
Esses dados reforçam uma questão central: o papel que a participação do eleitorado desempenha no processo democrático. A elevada taxa de votos não válidos e a abstenção expressiva configuram um quadro de descontentamento ou desinteresse, cujas raízes podem estar profundas na percepção política que os cidadãos têm das administrações e do sistema eleitoral em si. Assim, entender e mitigar esses fatores se torna crucial para fortalecer a democracia e garantir que o processo eleitoral reflita, de maneira mais fiel, a vontade popular.