Em 2019, 53% das mulheres que ingressaram em cursos de STEM concluíram a formação, em comparação com 37% dos homens. No entanto, a partir de 2020, essas porcentagens caíram, sendo que a diminuição entre as mulheres foi mais acentuada. Em 2023, apenas 27% das mulheres e 23% dos homens conseguiram concluir a formação, representando uma queda de 48% para elas e 36% para eles.
O CEO da Nexus, Marcelo Tokarski, ressaltou a preocupação com os dados, destacando que a queda na taxa de conclusão, especialmente entre as mulheres, pode ser reflexo de impactos econômicos como o desemprego e a redução da renda, além de questões relacionadas às responsabilidades familiares.
Já a vice-presidente da SBPC, Francilene Garcia, ressaltou que a pandemia afetou as mulheres de forma desproporcional, colocando-as em situações desfavoráveis para dar continuidade aos estudos. Ela enfatizou a importância de políticas afirmativas que promovam a inclusão e garantam a formação das mulheres em áreas de ciências e tecnologia.
Embora as carreiras em ciências, tecnologia, engenharia e matemática ainda sejam majoritariamente dominadas por homens no Brasil, o levantamento aponta para um aumento do interesse das mulheres nessas áreas ao longo da última década. Os dados mostram que, embora a presença feminina seja menor, tem havido um crescimento gradual, ainda que não equivalente ao dos homens.
Os cursos mais procurados pelas mulheres em 2023 foram as engenharias, seguidas pela computação e, por último, as ciências naturais. Apesar de uma predominância nas engenharias, houve uma queda na procura por esses cursos, enquanto a área da computação registrou um aumento expressivo entre as mulheres.
A diversidade e a pluralidade no ambiente acadêmico são apontadas como fundamentais para avanços científicos significativos. Francilene Garcia enfatiza que a presença equilibrada de homens e mulheres nas áreas de ciência e tecnologia contribui para resultados mais impactantes e transformadores na sociedade.