EDUCAÇÃO –

Mais de 300 mil crianças e adolescentes voltam à escola no Brasil, mas 993 mil ainda estão fora da sala de aula, segundo Unicef

Entre 2017 e 2025, o Brasil conseguiu reintegrar mais de 300 mil crianças e adolescentes ao ambiente escolar, conforme revelam dados recentes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Essa recuperação é atribuída à implementação da estratégia chamada “Busca Ativa Escolar”, uma iniciativa desenvolvida em colaboração com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). Essa abordagem tem sido crucial para auxiliar estados e municípios na formulação de políticas efetivas para enfrentar a evasão escolar.

No entanto, apesar desse progresso, ainda há um número alarmante de 993 mil jovens, com idades entre 4 e 17 anos, que continua fora da escola. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) de 2024 indica que a maioria dessas crianças está sob a responsabilidade do Estado, uma vez que a educação nessa faixa etária é obrigatória. Dentre os jovens fora da escola, destaca-se que 55% são meninos e 67% pertencem a grupos étnicos como pretos, pardos ou indígenas. Mais de 50% dos afetados estão situados nas 20% de famílias mais empobrecidas do país, com a faixa etária de 15 a 17 anos apresentando a maior taxa de exclusão, somando 440 mil indivíduos.

A chefe de Educação do Unicef no Brasil, Mônica Dias Pinto, observou que a exclusão escolar é um fenômeno que afeta tanto zonas urbanas quanto rurais, sendo influenciado por diversos fatores que incluem violência, dificuldades de acesso e transporte. Ela também destacou que o trabalho infantil e as reprovações são principais motivos que levam os meninos a abandonarem os estudos, enquanto as meninas frequentemente enfrentam barreiras como gravidez precoce e responsabilidades familiares.

A organização ressalta a importância de políticas públicas que abordem questões de gênero e diversidade territorial, a fim de atacar as causas que alimentam a evasão escolar. Além disso, no que diz respeito à educação infantil, quase 7 milhões de crianças entre zero e três anos não estão matriculadas em creches, o que representa 60% da população nessa faixa etária. Embora a matrícula em creches não seja obrigatória, trata-se de um direito assegurado por lei, essencial para o desenvolvimento infantil. O Plano Nacional de Educação tinha como meta garantir a matrícula de 50% das crianças nesta faixa etária até 2024.

Dessa forma, fica evidente a necessidade de ampliação da oferta de Educação Infantil, especialmente em áreas vulneráveis, juntamente com a realização de ações de busca ativa para garantir que todas as crianças tenham acesso à educação desde os primeiros anos de vida.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo