O estudo, que contou com 1.461 entrevistas em todo o país, revelou que a compra de materiais escolares impacta o orçamento de 85% das famílias brasileiras com filhos em idade escolar. Além disso, mostrou que um a cada três compradores pretende parcelar as despesas para o ano letivo de 2025, demonstrando a necessidade de estratégias financeiras para lidar com esse aumento nos custos.
A maioria dos pais e responsáveis de estudantes, tanto da rede pública quanto da rede privada, afirmaram que comprarão materiais escolares para o próximo ano letivo. Segundo a pesquisa, 90% dos pais com filhos em escolas públicas e 96% dos pais com filhos em escolas privadas planejam adquirir os materiais necessários. Uniformes, livros didáticos e os materiais solicitados pelas escolas foram apontados como os itens mais comprados.
Os valores gastos com materiais escolares têm aumentado progressivamente nos últimos anos, passando de R$ 34,3 bilhões em 2021 para os atuais R$ 49,3 bilhões. João Paulo Cunha, diretor de Pesquisa do Instituto Locomotiva, ressaltou que esse é um gasto que vem crescendo e impactando o orçamento das famílias, independentemente se os filhos estudam em escolas públicas ou privadas.
A distribuição dos gastos se concentra nas classes B e C, que juntas são responsáveis por 76% do total nacional. A Região Sudeste lidera os gastos com 46%, seguida pelo Nordeste, com 28%. Já a Região Norte apresenta o menor percentual, com 5%.
Diante desse cenário, muitas famílias enfrentam dificuldades para arcar com esses custos, sendo que 35% planejam recorrer ao parcelamento das compras para o próximo ano letivo. A ABFIAE aponta que fatores como inflação, custos de produção e alta nos preços de frete marítimo são responsáveis pelo aumento nos custos dos materiais escolares, impactando diretamente as famílias.
Programas públicos de aquisição de material escolar, como o Programa Material Escolar em algumas regiões do país, têm sido defendidos como uma forma de auxiliar as famílias a acessarem os materiais necessários. Além disso, a redução dos impostos cobrados sobre esses produtos também é uma alternativa apontada pela entidade para amenizar o peso financeiro das famílias.