Essas matrículas contemplam estudantes que utilizam o nome social em 14 estados e no Distrito Federal, sendo que São Paulo, Paraná e Rio Grande do Norte se destacam como os estados com o maior número de matrículas de estudantes trans. O nome social é uma conquista garantida desde 2018 pela portaria 33/2018 do Ministério da Educação, que autoriza o uso do nome social de travestis e transexuais nos registros escolares da educação básica, para alunos maiores de 18 anos.
O dossiê, que será oficialmente lançado no próximo dia 29 nas redes sociais da organização, é embasado em informações obtidas através do Portal da Transparência. Em 2024, São Paulo liderou com 3.451 matrículas, seguido por Paraná com 1.137 e Rio Grande do Norte com 839 estudantes trans. Outros estados como Rio de Janeiro, Santa Catarina, Espírito Santo, Distrito Federal, Pará, entre outros, também registraram matrículas expressivas.
A secretária adjunta de comunicação da Rede Trans Brasil, Isabella Santorinne, ressalta a importância do uso do nome social como um ato de respeito e dignidade. Ela afirma que a inclusão desses estudantes em um ambiente educacional acolhedor contribui para que continuem os estudos e não abandonem a escola. Além disso, Santorinne destaca que uma educação mais diversificada é essencial para combater preconceitos e preparar os alunos para conviver com respeito, independentemente da identidade de gênero, orientação sexual, raça ou cor.
Além dos dados da educação básica, o dossiê também revela que, em 2024, 105 pessoas trans foram vítimas de homicídio no Brasil. Mesmo com uma diminuição em relação a 2023, o país ainda mantém o triste título de ser o que mais mata pessoas trans no mundo pelo 17º ano consecutivo.