Segundo o comunicado da reitoria, a partir da sexta semana de paralisação, os estudantes não terão mais como repor as aulas. O calendário acadêmico não será alterado e o semestre letivo termina no dia 22 de dezembro. A Associação de Docentes da USP (Adusp) recebeu o comunicado com indignação e encaminhou um ofício ao Conselho de Graduação da USP solicitando a revogação da normativa. A Adusp considera a medida como uma retaliação ao movimento estudantil, pois limita a possibilidade de reposição de aulas e estabelece redução no percentual de frequência, o que pode resultar em reprovações indevidas.
Em nota divulgada pelo reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior, ele nega que a intenção do comunicado tenha sido a de promover perseguição e retaliação. A circular tinha o objetivo de alertar a comunidade acadêmica para a necessidade de encerrar o semestre letivo de forma adequada. Segundo o reitor, as unidades que tiveram paralisação poderão fazer adaptações de conteúdo nas disciplinas até o final do ano letivo. As notas serão lançadas até fevereiro de 2024, conforme o calendário vigente.
Na USP Leste, o prédio principal está ocupado há 47 dias, segundo o comando de greve dos estudantes. A representante do comando de greve, Giulia Baffini, informou que a greve será mantida por prazo indeterminado, pois suas demandas ainda não foram atendidas. Entre as reivindicações estão a contratação de mais professores, o retorno das bolsas do Programa de Apoio à Permanência e Formação Estudantil que foram canceladas e a efetivação da construção dos prédios já aprovados no plano diretor da EACH. A reitoria informou que a EACH já havia recebido 21 vagas para a contratação de professores.
A estudante Giulia considera positivas as reivindicações já aprovadas com a mobilização, mas pede uma formalização das promessas. Ela afirma que a diretoria da EACH ainda não recebeu nenhum comunicado oficial sobre a construção da creche prometida e a expansão da oferta de refeições no restaurante universitário. A reitoria explica que a confirmação das propostas negociadas está atrelada ao fim da paralisação, que ainda não ocorreu.
A proposta da administração da USP envolve a disponibilização de 1.027 vagas para docentes, sendo 879 que já faziam parte da política de contratação da universidade e mais 148 que serão distribuídas de acordo com as perdas ocorridas em cada unidade no ano de 2022. Ainda não há previsão para que a greve dos estudantes da USP seja encerrada.