EDUCAÇÃO – Estudante com deficiência auditiva e paralisia cerebral utiliza videoprova em Libras para ingressar no ensino superior

O estudante Álvaro Ribeiro, de 21 anos, teve a oportunidade de fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) utilizando a videoprova em Libras, a Língua Brasileira de Sinais, nos anos de 2018 e 2019. Com deficiência auditiva e paralisia cerebral, Álvaro sente dificuldades para compreender algumas palavras e expressões em português. Por isso, ter a oportunidade de realizar a prova na sua língua nativa foi fundamental para o seu ingresso no curso de Gestão Pública no Instituto Federal de Brasília (IFB).

Álvaro ressalta que é complicado para ele entender o português escrito, já que nem todas as palavras são compreensíveis. Caso não tivesse o recurso da videoprova em Libras, ele se sentiria prejudicado e enfrentaria barreiras para entender as questões propostas.

A videoprova em Libras é um recurso oferecido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) desde 2017. Nesse formato, as questões e as opções de respostas são apresentadas em vídeos, utilizando a Língua Brasileira de Sinais. Além disso, os editais, as cartilhas e as campanhas de comunicação do Enem também são disponibilizados em Libras.

A importância desse recurso se dá pelo fato de muitos surdos e deficientes auditivos terem a Libras como primeira língua e o português como segunda. Isso faz com que o entendimento de provas no formato tradicional seja mais difícil. No ano de 2023, foram registrados 641 pedidos de videoprova em Libras e 718 pedidos de tradutor-intérprete em Libras para o Enem. Segundo o Inep, existem cerca de 61,5 mil alunos da educação básica no Brasil que possuem algum tipo de deficiência relacionada à surdez.

O Inep, responsável pela organização do Enem, oferece outros tipos de atendimento e recursos de acessibilidade para os participantes. Nesta edição, foram aprovados 38.101 solicitações de atendimento especializado e 70.411 pedidos de recursos de acessibilidade.

Entre os recursos mais solicitados estão o auxílio para leitura, que teve 10.721 solicitações aprovadas, a correção diferenciada, com 8.703 pedidos, o auxílio para transcrição, com 7.507, e a sala de fácil acesso, com 6.449 pedidos. Dentre os atendimentos especializados, o maior número de solicitações foi para pessoas com déficit de atenção, com 13.686 pedidos aprovados, seguido pela baixa visão, com 6.504 inscritos.

Outros recursos de acessibilidade disponíveis são o auxílio para leitura e transcrição, leitura labial, leitura tátil e cartão-resposta ampliado.

O Enem, além de ser uma oportunidade para ingressar no ensino superior, também deve ser inclusivo, permitindo que todos os estudantes, independentemente das suas deficiências, tenham acesso igualitário ao exame. O trabalho do Inep em oferecer recursos de acessibilidade, como a videoprova em Libras, é fundamental para garantir a participação e o sucesso de todos os candidatos.

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