A estratégia do PL de colocar Eduardo à frente da comissão surge como uma forma de mobilizar as bases e de utilizar o espaço político para criticar não só o STF e seu ministro, mas também o governo de Lula e seus projetos, especialmente em relação às relações diplomáticas com a China. Dados levantados por fontes ligadas ao partido indicam que o ex-presidente Jair Bolsonaro acredita que a apreensão do passaporte de seu filho seria uma tentativa de impedir sua atuação em um momento crucial em que a comissão analisa acordos firmados entre Brasil e China na cúpula do G20, esforços estes que estão no cerne da agenda do governo petista.
A relação entre as duas partes é tensa, e essa disputa pelo controle da Comissão de Relações Exteriores é vista como uma forma de contestar e adiar a implementação de políticas que o atual governo deseja avançar. O PL, atualmente com a maior bancada na Câmara, tem o direito de escolher seus líderes nas comissões, o que proporciona uma boa oportunidade para o partido consolidar suas ações de oposição. Além da Comissão de Relações Exteriores, outros espaços, como a Comissão de Saúde e a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), também estão sendo considerados para possíveis indicações, com as definições finais aguardadas para os próximos dias.