Economista afirma que Trump erra ao ameaçar tarifas, sem entender a força do mercado global multipolar



Em análise recente sobre a política comercial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o economista Jeffrey Sachs, professor da Universidade de Columbia, levantou questões relevantes sobre a eficácia das ameaças tarifárias como estratégia de negociação. Sachs aponta que Trump parece acreditar que a magnitude do mercado americano confere ao país uma posição de vantagem frente a outras nações, permitindo a imposição de tarifas como forma de coação econômica. No entanto, o economista discorda dessa perspectiva, afirmando que essa estratégia pode não ter o impacto desejado.

Segundo ele, mesmo que os Estados Unidos adotassem uma postura de isolamento econômico, o restante do mundo seguiria em frente, ajustando suas economias e relações comerciais de forma a minimizar os efeitos adversos dessa política. De acordo com Sachs, a dinâmica atual da economia global é caracterizada por um cenário multipolar, onde o poder não está centralizado apenas nas mãos dos EUA, mas distribuído entre várias nações e blocos econômicos que têm se articulado para contrabalançar a influência americana.

Adicionalmente, o fenômeno da desdolarização tem ganhado força, especialmente entre países do Sul Global, como os membros do BRICS, que estão progressivamente buscando alternativas ao domínio do dólar nas transações internacionais. Essa tendência indica uma mudança nas relações econômicas que pode dificultar a aplicação de políticas unilaterais por parte dos Estados Unidos.

Sachs observa que, apesar de sua tentativa de recuperar uma política externa mais assertiva e tradicional, o novo governo de Trump enfrenta limitações significativas. As mudanças estruturais na economia global e a crescente resistência a ações consideradas coercitivas podem fazer com que as ameaças tarifárias se tornem uma ferramenta cada vez menos eficaz na diplomacia econômica.

Portanto, à luz dessas considerações, fica evidente que a abordagem adotada por Trump pode não apenas falhar em atingir seus objetivos, mas também contribuir para um ambiente comercial global mais fragmentado. O que se vê é uma transformação nas relações comerciais internacionais, onde a colaboração e a adaptação podem prevalecer sobre a imposição, sugerindo que o futuro do comércio dependerá de estratégias mais inovadoras e cooperativas.

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