O ministro enfatizou que o plano terá como um de seus pilares uma “régua” para analisar a variação das exportações em cada setor, o que permitirá um socorro mais direcionado e eficaz para as empresas mais afetadas pela tarifa de 50% instaurada pelo governo norte-americano. De acordo com Alckmin, a ideia é ajustar os esforços do governo com base em quão expostos estão os diferentes setores às tarifas, levando em consideração o volume de exportações para os Estados Unidos.
O vice-presidente explicou que os setores da economia não têm a mesma dependência em relação ao mercado externo. “Existem setores cuja produção é predominantemente voltada ao mercado interno, enquanto outros têm uma parte significativa de suas operações dedicada à exportação”, afirmou. Para exemplos concretos, Alckmin mencionou o setor de pescados, que será um dos focos do plano de contingência, buscando distinguir produtos com maior e menor exposição ao mercado norte-americano.
Dentro do setor de pescados, a tilápia, que é consumida em maior escala internamente, contrasta com o atum, cuja produção é majoritariamente destinada à exportação. A análise detalhada das exportações será fundamental para a implementação de políticas específicas que atendam às necessidades de cada segmento da economia afetado pela tarifa.
Além disso, o vice-presidente comentou sobre sua recente reunião com o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, a qual descreveu como “muito boa”. O encontro aconteceu fora da agenda e precedeu uma visita de Escobar ao Senado e à Câmara dos Deputados.
Alckmin também se reuniu com representantes da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) antes do encontro com o diplomata americano. Durante essa conversa, o vice-presidente manifestou preocupação com os efeitos do tarifaço sobre o setor calçadista, destacando que o couro, um insumo crucial para a produção de calçados, será particularmente impactado, já que mais de 40% de sua produção é voltada à exportação. Com essas medidas, o governo busca mitigar os danos causados pela nova política tarifária dos Estados Unidos e proteger setores estratégicos da economia brasileira.