O recorde geral de vendas foi alcançado em março deste ano, com um montante impressionante de R$ 11,69 bilhões. Entretanto, os números de junho ainda são considerados um indicativo de um mercado em expansão, especialmente no que diz respeito à participação dos títulos vinculados a juros básicos, que foram os mais procurados no último mês, equivalendo a 55,9% das vendas. Os títulos atrelados à inflação, por sua vez, tiveram uma participação de 24,5%, enquanto os papéis prefixados, com taxa definida na emissão, representaram 11,6%.
Uma inovação introduzida neste ano, o Tesouro Renda+, destinado a auxiliar no financiamento de aposentadorias, teve uma participação de 6,2% nas vendas de junho. Por outro lado, o recente lançamento do Tesouro Educa+, que busca acumular recursos para a educação superior, atraiu apenas 1,8% dos investidores.
A razão por trás do aumento no interesse por títulos atrelados aos juros básicos reside na elevação da Taxa Selic, que atualmente se encontra em 15% ao ano, um patamar consideravelmente alto comparado a poucos meses atrás. Assim, a expectativa de novas altas na taxa torna esses papéis ainda mais atrativos. Ao mesmo tempo, os títulos relacionados à inflação atraem os investidores que buscam proteção contra a alta esperada dos índices inflacionários.
O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 180,35 bilhões ao final de junho, marcando um aumento de 2,41% em relação ao mês anterior. Esse valor também representa um expressivo crescimento de 25,95% em comparação ao mesmo mês do ano passado. Essa alta se deve em parte à correção dos juros e ao saldo positivo das vendas em relação aos resgates, que superaram os R$ 2,84 bilhões.
No que diz respeito ao número de investidores, 240.498 novos participantes ingressaram no programa em junho, totalizando 32.735.353 investidores. O número de investidores ativos, aqueles com operações em andamento, também cresceu, atingindo 3.044.288, representando um aumento de 13% em relação ao ano anterior. A maior parte das vendas, cerca de 80,5%, foram operações de até R$ 5 mil, com 57,1% delas não ultrapassando R$ 1 mil. O valor médio das operações foi de R$ 7.528,22.
Os investidores têm mostrado uma tendência para papéis de curto prazo, com 40,8% das vendas sendo de títulos com prazo de até cinco anos e 42,6% entre cinco a dez anos. A iniciativa do Tesouro Direto, criada em 2002, visa democratizar o acesso aos títulos públicos, permitindo que indivíduos, sem intermediários, possam investir diretamente em ativos do governo. Para isso, os investidores pagam uma taxa que é descontada nas movimentações dos títulos, favorecendo a captação de recursos pelo governo para o pagamento de dívidas e investimentos em diversas áreas.