Apesar dessa leve queda, o Tesouro Direto bateu um recorde histórico em março deste ano, quando as vendas atingiram a marca de R$ 6,842 bilhões. No mês de agosto, os títulos mais procurados pelos investidores foram os corrigidos pela taxa Selic, que compreenderam 66,2% das vendas. Os títulos vinculados à inflação (IPCA) corresponderam a 17,9% das vendas, enquanto os prefixados representaram 11,8%.
O Tesouro Renda+, que tem como objetivo financiar aposentadorias, respondeu por 3,1% das vendas no mês de agosto. Já o novo título Tesouro Educa+, que pretende financiar uma poupança para o ensino superior, atraiu apenas 0,9% das vendas.
Um dos fatores que explica o interesse dos investidores pelos títulos vinculados aos juros básicos é o atual nível da taxa Selic. Em agosto de 2021, o Banco Central iniciou uma série de aumentos na taxa, que passou de 2% ao ano para 13,75% ao ano. Apesar das quedas recentes, com a taxa atualmente em 12,75% ao ano, as taxas ainda são consideradas atrativas.
O total de títulos do Tesouro Direto em circulação alcançou a marca de R$ 121,611 bilhões, o que representa um aumento de 1,35% em relação ao mês anterior e de 23,8% em relação a agosto do ano passado. Essa alta se deve ao fato das vendas terem superado os resgates em R$ 607,9 milhões no último mês.
No que se refere ao número de investidores, 468,9 mil novos participantes se cadastraram no mês de agosto, elevando o total para 25.475.824 investidores. Nos últimos 12 meses, houve um aumento de 23,3% no total de investidores. Já o número de investidores ativos, ou seja, aqueles que possuem operações em aberto, chegou a 2.373.706, o que representa um aumento de 14,7% em um período de 12 meses.
Os pequenos investidores são responsáveis por grande parte das vendas, sendo que 85,2% das operações de vendas realizadas em agosto correspondem a vendas de até R$ 5 mil. As aplicações de até R$ 1 mil representaram 65,5% do total de vendas. O valor médio por operação foi de R$ 5.320,86.
No que diz respeito ao prazo dos títulos, os investidores têm preferido os de médio prazo. As vendas de títulos com prazo entre 1 e 5 anos correspondem a 38% do total, enquanto as vendas de títulos com prazo entre 5 e 10 anos representam 46,7%. Os títulos de mais de dez anos de prazo correspondem a 15,3% das vendas.
O Tesouro Direto foi criado em 2002 com o objetivo de popularizar os investimentos em títulos públicos, possibilitando que pessoas físicas adquiram esses títulos diretamente do Tesouro Nacional, de forma online e sem a intermediação de agentes financeiros. O investidor paga apenas uma taxa semestral para a B3, que é a responsável pela custódia dos títulos.
A venda de títulos públicos é uma das formas utilizadas pelo governo para captar recursos e pagar dívidas. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor investido pelo investidor, acrescido de uma taxa adicional que pode variar de acordo com a Selic, índices de inflação, câmbio ou uma taxa pré-fixada.