É importante ressaltar que a pesquisa engloba diversos formatos de lojas, como atacarejo, supermercado convencional, loja de vizinhança, hipermercado, minimercado e e-commerce. Todos os dados apresentados também são ajustados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo Marcio Milan, vice-presidente da Abras, as quedas consecutivas nos preços dos alimentos contribuíram para o aumento no volume de itens adicionados à cesta de consumo. Ele explicou que a estabilidade de renda combinada com a redução nos preços dos alimentos permitiu que os consumidores pudessem adicionar mais produtos em suas compras, buscando também itens de maior valor agregado, como a carne bovina.
Em relação aos preços, a cesta de 35 produtos de consumo em larga escala apresentou uma queda de -1,71% em agosto em comparação a julho. Em média, os preços da cesta diminuíram de R$ 730,06 para R$ 717,55. Analisando por região, a maior queda foi observada no Centro-Oeste (-2,25%), seguida pelo Sudeste (-1,96%), Sul (-1,57%), Nordeste (-1,48%) e Norte (-0,98%).
Em relação às proteínas animais, houve uma queda nos preços dos cortes dianteiros (-1,10%) e traseiros (-1,78%) no mês de agosto. No acumulado do ano, essas quedas chegam a -9,21% e -12,03%, respectivamente. Também foi registrado um recuo nos preços do frango congelado (-2,04%) e do pernil (-0,85%). Pela primeira vez no ano, os ovos também apresentaram uma queda de preço (-3,15%).
Entre os itens básicos, o feijão foi o produto com o maior recuo de preço (-8,27%), acumulando uma queda de -12,77% no ano. O óleo de soja teve uma queda menor em agosto (-1,03%), mas no acumulado do ano registrou a maior redução de preços (-28,86%). Outros produtos que tiveram queda de preço foram a farinha de trigo (-1,79%), o café torrado e moído (-1,50%) e a farinha de mandioca (-0,61%).
Na categoria de higiene e beleza, os sabonetes tiveram uma redução de preço (-0,62%), assim como os xampus (-0,26%). Já o creme dental apresentou uma alta de preço (+0,33%), assim como o papel higiênico (+0,31%). No setor de limpeza, houve uma diminuição nos preços da água sanitária (-0,92%) e do desinfetante (-0,28%).
De acordo com os dados apresentados pela pesquisa da Abras, a queda nos preços de alimentos e outros produtos de consumo em larga escala foi um fator determinante para o aumento do consumo nos lares brasileiros. A estabilidade da renda aliada a essas reduções de preços permitiu que os consumidores pudessem adicionar mais produtos em sua cesta de compras, buscando itens de maior valor agregado.
