Em 2021, a renda econômica do setor agrícola nas áreas mais beneficiadas por essa dinâmica atingiu a impressionante marca de R$ 338 bilhões, representando 57% do total nacional. Esses números reforçam a importância da preservação das terras indígenas não apenas para o meio ambiente, mas também para a segurança hídrica, alimentar e econômica do Brasil.
O estudo revelou que pelo menos 18 estados e o Distrito Federal estão parcial ou totalmente dentro da área de influência das terras indígenas amazônicas. Em estados como Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná, as chuvas provenientes da reciclagem de água pelas florestas das terras indígenas representam até um terço do total anual de precipitação.
Apesar da relevância dessas descobertas, destaca-se a preocupação com os estados de Rondônia e Mato Grosso, que estão entre os mais afetados pela influência dessas chuvas, mas também figuram entre os que mais desmataram florestas desde 1985. A manutenção dessas áreas de florestas nativas é essencial para garantir a reciclagem de água e a geração de chuvas que irrigam grande parte do território nacional.
Além disso, as terras indígenas desempenham um papel fundamental na segurança alimentar do país, uma vez que a participação da agricultura familiar na produção total supera 50% em diversos estados influenciados. A Amazônia, por meio dos chamados “rios voadores”, transporta a umidade reciclada pelas florestas indígenas e a converte em chuva em outras regiões do Brasil, como o Centro-Oeste e o Sul.
Portanto, a conservação das terras indígenas na Amazônia não apenas protege as comunidades locais, mas também desempenha um papel crucial na manutenção do equilíbrio ambiental e econômico do Brasil. É imperativo que medidas de preservação e sustentabilidade sejam adotadas para garantir a continuidade desses benefícios para as gerações futuras.