As implicações diretas da taxa elevada recaem sobre produtos emblemáticos da lista de exportação brasileira, como café, carnes, pescados e suco de laranja. A Fhoresp aponta que a produção agrícola pode ser gravemente afetada, simplesmente porque o café, por exemplo, pode sofrer uma queda de até 30% em suas exportações. Este recuo na oferta pode resultar em uma alta de até 6% nos preços para o consumidor final no mercado interno.
Além da cafeicultura, o cenário se complica para os setores de carnes, tanto a bovina quanto a suína, bem como para os pescados. Diante de um cenário econômico podendo seguir por um caminho de recessão, os aumentos nos custos de produção exigir-se-ão ajustes nos preços, criando um efeito cascata que atingirá o consumidor. A Fhoresp acrescenta que esses aumentos podem se consolidar em um impacto significativo sobre os valores nos cardápios dos estabelecimentos, estimando um incremento de até 10%.
A entidade alerta para que todos os cenários sejam considerados com cautela pela sociedade. Conforme observa seu diretor-executivo, Edson Pinto, o Brasil deve se preparar para enfrentar as consequências do tarifaço, que pode representar um “franco ataque” à cadeia do agronegócio. Ele defende, ainda, a necessidade de ações diplomáticas imediatas para proteger os interesses nacionais.
A Fhoresp enfatiza que o problema é sério e exige discussão e planejamento. Com as importações e exportações interconectadas globalmente, a demanda interna e a economia como um todo podem ser profundamente afetadas. As próximas semanas podem ser cruciais para determinar a trajetória dos preços e o futuro do setor alimentício brasileiro diante de um panorama econômico que se configura como incerto e desafiador.