Além disso, o percentual de famílias com dívidas em atraso por mais de 90 dias atingiu 50,4% em outubro deste ano, o maior desde fevereiro de 2018. O aumento das taxas de juros é apontado como um dos principais fatores para o encarecimento das dívidas e a consequente dificuldade de pagamento por parte dos consumidores.
O cenário se agrava ainda mais entre as famílias de menor renda, com até três salários mínimos, onde a inadimplência chegou a 37,7% em outubro. Isso reflete o impacto dos juros elevados e das condições de crédito mais restritivas sobre as famílias mais vulneráveis economicamente. Apesar da redução geral do endividamento, que ficou em 76,9%, demonstrando mais cautela por parte dos consumidores na utilização do crédito, os desafios financeiros persistem.
Diante desse contexto, o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, destacou a importância de medidas que visem a redução dos gastos públicos como forma de abrir espaço para uma possível queda dos juros. Isso poderia trazer alívio significativo tanto para os consumidores quanto para a economia como um todo.
A Peic é realizada mensalmente pela CNC desde 2010 e os dados são coletados em todas as capitais dos estados e no Distrito Federal, com a participação de aproximadamente 18 mil consumidores, fornecendo um panorama abrangente da situação do endividamento e da inadimplência no país.