O crédito rotativo, que dura 30 dias e é utilizado por consumidores que não conseguem pagar o valor total da fatura do cartão, continua sendo uma das modalidades com as taxas mais elevadas do mercado. Mesmo com a entrada em vigor da lei que limita os juros do rotativo a 100% do valor da dívida, em janeiro, a medida não afetou a taxa de juros pactuada no momento da concessão do crédito.
Nos últimos 12 meses, houve uma redução de 23,8 pontos percentuais nos juros do cartão rotativo. Enquanto isso, nas operações de cartão parcelado, os juros também caíram, chegando a 128% ao ano, o que representa uma redução de 8,7 pontos percentuais no mês e 18,5 pontos percentuais em 12 meses.
Além disso, a taxa média de juros das concessões de crédito livre para famílias registrou uma diminuição de 0,4 pontos percentuais em abril e de 6,6 pontos percentuais em 12 meses, alcançando 53% ao ano. Os juros do cheque especial subiram 1,8 pontos percentuais no mês, enquanto as taxas de crédito consignado, aquisições de outros bens e arrendamento mercantil tiveram reduções em menor magnitude.
Considerando o cenário macroeconômico atual, marcado por reduções na taxa básica de juros da economia, a Selic, e expectativas de inflação acima da meta, o comportamento dos juros bancários médios se torna ainda mais relevante. Apesar das incertezas no cenário econômico, o Banco Central decidiu não prever novos cortes na Selic na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no início de maio.
No que diz respeito ao endividamento das famílias, a inadimplência se manteve estável em 3,2% em abril, enquanto o endividamento e comprometimento da renda também apresentaram variações. Os dados refletem um cenário desafiador, com taxas de juros elevadas e incertezas econômicas, que influenciam diretamente no acesso ao crédito e na saúde financeira das famílias brasileiras.