Os números divulgados mostram que as exportações caíram enquanto as importações aumentaram, influenciadas principalmente pelo gás natural e pela compra de bens de capital. A queda nos preços internacionais de produtos como soja, milho, ferro, aço e açúcar impactaram fortemente as exportações, mas houve um aumento nas vendas de café e celulose.
No setor agropecuário, a redução na quantidade de produtos exportados foi mais relevante, com uma queda de 11,8% no volume embarcado em agosto. Na indústria de transformação, a quantidade exportada caiu 5,2%, refletindo a crise econômica na Argentina, principal compradora de bens industrializados do Brasil. Na indústria extrativa, que engloba minérios e petróleo, a quantidade exportada também teve uma redução.
Segundo o diretor do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Herlon Brandão, a redução no saldo da balança se deve principalmente a menores exportações de soja e minério de ferro, além do aumento nas importações. As projeções do governo foram revisadas em julho, com a estimativa de superávit comercial para 2024 subindo para US$ 79,2 bilhões.
As previsões para o restante do ano indicam um aumento nas exportações de 1,7% em relação a 2023, totalizando US$ 345,4 bilhões, e um aumento de 10,6% nas importações, chegando a US$ 266,2 bilhões. O cenário internacional, com a expectativa de desaceleração econômica global, preocupa e pode impactar negativamente as exportações brasileiras.
Enquanto o governo mantém as projeções otimistas, o mercado financeiro se mostra mais cauteloso, prevendo um superávit de US$ 83,5 bilhões para este ano. A instabilidade econômica e as incertezas no cenário internacional demandam uma análise cuidadosa e ações estratégicas para equilibrar a balança comercial brasileira.