Em entrevista ao jornal Repórter Brasil, da TV Brasil, Marquetti destacou a importância da aprovação do acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE). Ele ressaltou a necessidade de buscar novos parceiros comerciais e intensificar as relações econômicas com países em crescimento, como Japão e Vietnã.
O acordo Mercosul-UE, segundo o economista, é estratégico para amenizar o impacto da sobretaxação imposta pelos Estados Unidos. Ele enfatizou que essa medida não afetará apenas a balança comercial, mas também a balança de serviços, onde o Brasil consome cerca de 40% do superávit comercial.
Marquetti observou que a decisão dos Estados Unidos abrange apenas as importações de bens, não de serviços, devido ao forte mercado exportador de serviços do país. Ele ressaltou que o Brasil, como uma das maiores economias do mundo, tem espaço para ocupar o mercado global, especialmente à medida que outros países retaliarem os Estados Unidos.
No entanto, o economista recomendou que o Brasil busque ocupar esse espaço com produtos de maior valor agregado, não se limitando apenas a produtos agrícolas e minerais. Ele destacou a importância de ampliar as exportações de produtos industriais com maior valor adicionado para fortalecer a economia nacional.
Diante desse cenário, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei da Reciprocidade Comercial, autorizando o governo brasileiro a adotar medidas comerciais contra países ou blocos que imponham barreiras aos produtos brasileiros. A possibilidade de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) também não é descartada, mas a prioridade no momento é negociar a reversão das medidas tarifárias dos Estados Unidos.
