Esse número representa uma queda de 7,8% em relação a 2022, totalizando 713 mil filiados a menos. A redução na sindicalização foi observada em todos os setores de ocupação, tanto públicos quanto privados. Desde 2012, quando o primeiro levantamento foi feito e registrou 14,4 milhões de sindicalizados, houve uma drástica diminuição na filiação sindical, que atualmente representa apenas 8,4% da população ocupada.
Essa queda na sindicalização tem sido uma tendência nos últimos anos, apesar da recuperação do mercado de trabalho após um período de retração. A população ocupada atingiu 100,7 milhões em 2023, o maior patamar desde 2012. Os pesquisadores do IBGE apontam que a implementação da reforma trabalhista, em 2017, pode ter influenciado nesse declínio, já que a contribuição sindical se tornou opcional e aumentaram os contratos flexíveis.
Além disso, o aumento da informalidade e a criação de contratos temporários são apontados como fatores que contribuíram para a redução da sindicalização. Setores como transporte, indústria geral e agricultura registraram expressivas quedas nas taxas de sindicalização entre 2012 e 2023. No entanto, a sindicalização ainda é mais forte entre os empregados do setor público, mesmo sofrendo redução ao longo dos anos.
O estudo do IBGE também revelou uma diferença de sindicalização entre homens e mulheres, sendo que 8,5% dos homens ocupados eram filiados a sindicatos, contra 8,2% das mulheres. No Nordeste e Sul do Brasil, as taxas de sindicalização entre mulheres superaram as dos homens, contrariando a média nacional.
Apesar dos desafios enfrentados pelos sindicatos, a pesquisa ressalta a importância dessas entidades na luta por direitos trabalhistas e na representação dos trabalhadores em diversas instâncias. A queda na sindicalização reflete mudanças na dinâmica do mercado de trabalho e nas relações laborais, mostrando a necessidade de atualização e adaptação por parte dos sindicatos para continuarem relevantes e atuantes.