ECONOMIA – Setor produtivo critica elevação da taxa Selic para 14,25% ao ano, alegando prejuízos para economia, emprego e consumo.



A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual recebeu duras críticas do setor produtivo. Segundo entidades da indústria, do comércio e centrais sindicais, os juros de 14,25% ao ano, no maior nível em quase dez anos, são prejudiciais para a recuperação da economia e representam uma ameaça ao emprego e ao consumo.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) manifestou seu descontentamento com a decisão, destacando que a elevação dos juros não considerou fatores como a queda do dólar e do preço do petróleo no mercado internacional, que poderiam contribuir para controlar a inflação. A entidade ressaltou que a taxa alta poderá ter efeitos negativos sobre a economia.

Já a Associação Paulista de Supermercados (Apas) solicitou mais cautela por parte do Copom na definição da política monetária, enfatizando que o Brasil já possui uma das maiores taxas reais de juros do mundo. A entidade destacou que a elevação adicional da Selic pode dificultar o aumento dos investimentos necessários para manter o país competitivo internacionalmente.

Por sua vez, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) considerou que a decisão do Copom está alinhada com as expectativas do mercado financeiro. Segundo a entidade, o Banco Central deverá manter a trajetória de aumento dos juros enquanto os gastos do governo permanecerem elevados, devido à aceleração da inflação e às incertezas fiscais existentes.

As centrais sindicais também se posicionaram contrárias à elevação dos juros, destacando que a decisão poderá prejudicar a população e a criação de empregos. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da Central Única dos Trabalhadores (Contraf-CUT) criticou a manutenção de uma taxa básica de juros elevada por anos, beneficiando apenas um pequeno grupo de rentistas.

Em geral, a elevação da taxa Selic tem gerado divergências e preocupações no cenário econômico brasileiro, com diferentes setores apontando desafios e impactos negativos para a economia, o emprego e o consumo. A decisão do Copom continuará sendo alvo de debates e análises no contexto atual de incertezas e desafios fiscais e inflacionários.

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