O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, enfatizou no primeiro dia do encontro a necessidade de reformas em organismos internacionais, com mais ênfase no multilateralismo, durante seu discurso para a plateia de chanceleres.
O evento se desenrolou na Marina da Glória, ponto turístico na orla carioca com vista para o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor. Em razão dos dois dias de reuniões, o policiamento foi reforçado na capital fluminense, com agentes das Polícias Federal e Rodoviária Federal, além das forças de segurança estaduais. Ruas de bairros próximos à Marina da Glória foram bloqueadas para facilitar a passagem das comitivas internacionais.
A chegada dos chanceleres começou por volta das 8h. Na noite anterior, os representantes internacionais foram recepcionados pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, em um jantar no Palácio da Cidade, sede do executivo municipal, na zona sul carioca. Os chanceleres presentes incluíram o secretário de Estado americano, Antony Blinken, o chanceler russo, Sergey Lavrov, e o ministro de Relações Exteriores do Reino Unido e ex-primeiro-ministro britânico, David Cameron.
No primeiro dia de reuniões dos ministros das Relações Exteriores, a pauta principal foi uma análise sobre o cenário internacional e a atuação do G20 como fórum para busca de diálogo e acordos. Entre os temas tratados estavam os conflitos entre a Rússia e a Ucrânia e a ofensiva israelense na Faixa de Gaza.
O G20, composto por 19 países e dois órgãos regionais, representa cerca de 85% da economia mundial, mais de 75% do comércio global e cerca de dois terços da população mundial. O grupo, que tem o Brasil na presidência rotatória desde dezembro de 2023, busca fortalecer a relevância do chamado Sul Global – o conjunto de países emergentes – como protagonista em grandes discussões internacionais. A presidência do G20 é decidida por meio de rotatividade entre os países membros, e em 2025 será presidida pela África do Sul.
A reunião ministerial do G20 é apenas uma etapa da presidência brasileira do grupo, que também incluirá outros encontros em território brasileiro e no exterior. Esses eventos culminarão em um encontro final, em novembro, no Rio de Janeiro, onde chefes de Estado e de governo poderão se reunir. No conjunto de atividades programadas, o Brasil pretende organizar uma cúpula de ministros em Nova York, em setembro, em paralelo à Assembleia Geral da ONU.