A lucratividade dos bancos é calculada a partir da comparação do lucro final com o faturamento, levando em consideração os custos e a formação de preços. Já a rentabilidade é obtida ao comparar o lucro final com o patrimônio e os investimentos realizados, demonstrando a capacidade do negócio de gerar retornos com base no que foi investido.
O relatório do Banco Central destaca que a rentabilidade do sistema bancário sofreu uma leve redução em 2023, com uma distribuição heterogênea entre as instituições financeiras de maior importância. Mesmo com essa queda, o Brasil ainda apresenta uma rentabilidade bancária entre as mais elevadas do mundo, embora tenha sido superado pelo México e Índia.
Um dos principais motivos apontados para essa redução na rentabilidade foi o aumento de ativos problemáticos, o que levou os bancos a aumentarem as provisões nos últimos anos para lidar com as dívidas de crédito. O relatório também destaca a influência de fatores como o aumento do comprometimento de renda das famílias e a redução da capacidade de pagamento das empresas nesse cenário.
Além disso, a briga de bancos com as Lojas Americanas, que entraram em recuperação judicial em janeiro de 2023, também impactou o setor financeiro. As despesas com provisões aumentaram em 2022 e 2023, mas têm apresentado sinais de estabilização, contribuindo para a melhora da rentabilidade das instituições.
No que diz respeito à concorrência no Sistema Financeiro Nacional, o relatório aponta para a redução da concentração bancária e o aumento da concorrência no mercado de crédito. Os quatro maiores bancos do país viram sua participação de mercado diminuir de 2022 para 2023, abrindo espaço para a atuação de cooperativas de crédito e instituições não bancárias.
Em resumo, o setor bancário brasileiro enfrentou desafios em 2023, mas também apresentou sinais de recuperação e adaptação frente a um cenário de mudanças e instabilidades. A diversificação do mercado e a concorrência são aspectos que continuam a moldar o panorama financeiro do país.