O prazo inicialmente estabelecido para o envio dos dados foi prorrogado por mais cinco dias úteis, porém, o ministério não cumpriu a solicitação e não explicou o motivo da demora. Diante disso, o senador Carvalho ressaltou a possibilidade de busca e apreensão caso o prazo adicional de três dias não seja cumprido. Ele destacou que a postura do MME em relação à comissão tem sido desrespeitosa e considerou inadmissível a falta de colaboração por parte da pasta.
Durante as investigações, a CPI ouviu o ex-secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME, Alexandre Vidigal de Oliveira, que mencionou a existência de duas versões dos técnicos da secretaria sobre as causas do afundamento dos bairros em Maceió. Uma das versões atribuía o problema a causas naturais, como terremotos ou chuvas torrenciais, enquanto a outra apontava a extração de sal-gema pela Braskem como responsável. O senador Carvalho ressaltou a necessidade de identificar os servidores que sustentavam a versão das causas naturais, indicando uma possível tentativa de confundir os fatos.
Além disso, a falta de pessoal e recursos para monitorar o setor mineral no Brasil também foi abordada durante o depoimento do ex-secretário Vidigal. Ele destacou que apenas dez fiscais eram responsáveis pela fiscalização de mais de 600 barragens no país, apontando a necessidade de uma reforma na estrutura de fiscalização da mineração. Rogério Carvalho, por sua vez, argumentou que a autorregulação do setor mineral não é suficiente para evitar danos como os ocorridos em Maceió e defendeu mudanças no sistema de monitoramento.
A CPI da Braskem prossegue com as investigações sobre o impacto do aterro de bairros em Maceió e a atuação da empresa na região. A população aguarda por respostas concretas e soluções para os danos causados pela exploração de sal-gema e os desdobramentos desse caso podem trazer importantes mudanças nas políticas de fiscalização da mineração no país.